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18/05/08 - 07h44 - Atualizado em 18/05/08 - 07h44


Museus temáticos espalhados pelo país são boa opção de visita


Segundo Iphan, Brasil conta com cerca de 2.500 museus.


Acervos reúnem desde cultura indígena e colonial até experimentos científicos.



Do G1, em São Paulo

 O Brasil conta com cerca de 2.500 museus, segundo dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Neles, podem ser encontrados desde acervo da cultura indígena e colonial até experimentos científicos modernos.


“Mais importante que a quantidade é a qualidade e a diversidade de cada um dos nossos acervos”, afirma José do Nascimento Junior, diretor do departamento de museus e centros culturais do Iphan.

Com o objetivo de integrar os museus brasileiros, intensificar sua relação com a sociedade e aumentar o interesse pela visitação, o Iphan e a Associação Brasileira de Museus promoveram, na semana passada, a sexta edição da Semana Nacional de Museus. Neste ano, o evento contou com a participação de 447 museus. A expectativa do Iphan é de que o número de visitantes tenha chegado aos 3 milhões.


O diretor do departamento de museus e centros culturais do Iphan sugeriu ao G1 seis opções de museus pouco conhecidos do público, mas que, segundo ele, merecem ser visitados.



Região Sul
Divulgação/MCT

No Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS, visitante pode interagir com acervo (Foto: Divulgação/MCT)O Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) conta com diversos setores, como paleontologia, arqueologia, peixes, crustáceos, moluscos.
Além disso, há laboratórios de física, química, biologia, matemática e computação.
O objetivo é aguçar a curiosidade do público pelo assunto. O visitante tem a chance de interagir, realizando experiências no local.
Região Sudeste
Divulgação/Museu da Maré

Museu da Maré foi inaugurado em 2006 (Foto: Divulgação/Museu da Maré)No Rio de Janeiro, um destaque apontado por Nascimento é o Museu da Maré. Inaugurado em maio de 2006, o local conta com fotografias, documentos escritos, objetos do cotidiano dos moradores da favela da Maré. A comunidade tem a chance de participar para a ampliação do acervo do museu.
Outra sugestão de visita é o Museu da Inconfidência, localizado na cidade de Ouro Preto (MG). O local é considerado uma referência do patrimônio histórico brasileiro. O município foi o cenário da Inconfidência Mineira.

Região Centro-Oeste
Divulgação/Museu Dom Bosco

Museu Dom Bosco é conhecido como Museu do Índio (Foto: Divulgação/Museu Dom Bosco)Localizado em Campo Grande, o Museu Dom Bosco conta com um acervo composto por objetos pertencentes aos índios bororo, xavante e karaja, que habitam a região Centro-Oeste do país.
O local é popularmente conhecido como Museu do Índio e possui cerca de 5.000 peças. A visitação não está aberta ao público, apenas para grupos agendados e pesquisadores.


Região Nordeste
Divulgação/MAX

Museu de Arqueologia do Xingó tem peças descobertas durante pesquisas arqueológicas no Baixo São Francisco (Foto: Divulgação/MAX)O Museu de Arqueologia do Xingó (MAX), em Canindé do São Francisco (AL), traz esqueletos humanos, utensílios e registros gráficos pré-históricos.
O acervo do MAX também conta com peças de arte rupestre, adornos e cerâmicas descobertos durante as pesquisas arqueológicas realizadas na região do Baixo São Francisco, onde há sítios arqueológicos com mais de 9 mil anos.


Região Norte
Divulgação

Casa onde Chico Mendes morou abriga museu que reúne objetos pessoais do líder de seringueiros(Foto: Divulgação/Secom-AC)O Museu Chico Mendes, na cidade de Xapuri (AC), reúne um acervo de objetos pessoais do líder de seringueiros. O local é mais conhecido como Casa de Chico Mendes, uma vez que o material está exposto na residência onde ele morou.
O espaço é considerado um dos principais pontos turísticos da cidade. O acervo foi ampliado com cartas e poemas publicados em homenagem póstuma.

 
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E nasce o Ibram
Gazeta de Alagoas, Caderno B, 20/01/2009


Aprovado em dezembro do ano passado pela Câmara e pelo Senado, o projeto que cria o Ibram espera apenas a sanção do presidente Lula

Suzana Velasco - Agência O Globo

Rio de Janeiro, RJ - Em dezembro de 2008, foi aprovado na Câmara dos Deputados o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que precisará de R$ 22,2 milhões para sua implantação. Apesar de ter recebido críticas pela criação de mais gastos para o governo num momento de crise econômica, o Ibram estava em análise no Legislativo desde 2006 e era um desejo do ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil - que, em 2004, criou o Departamento de Museus, dirigido por José Nascimento Júnior e vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Pergunta - De que forma o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), como um órgão separado do Iphan, pode beneficiar os museus nacionais?

José Nascimento - Desde 2002, o programa do presidente Lula prevê um tratamento diferenciado para os museus na política cultural, o que é uma antiga reivindicação do setor museológico. O Iphan só passou a ter um Departamento de Museus em 2004, perto dos seus 70 anos. Naquele momento, o ministro Gilberto Gil não conseguiu criar o Ibram, mas esse era o objetivo. O instituto vai ajudar o Iphan a se concentrar no patrimônio material, imaterial e arqueológico, o que já é muita coisa. O Instituto Português de Museus foi criado há mais de 15 anos. A Espanha, que também tem estruturas próprias para o setor, mostra que isso valoriza os museus, qualifica sua gestão e melhora os serviços para a população. O Brasil tem o sexto setor do mundo, com 2.607 museus, e não poderia ficar fora dessa tendência internacional. Entre 2001 e 2007, a área de museus movimentou R$ 1,5 bilhão. São 200 milhões de bens culturais sob a guarda dos museus e 40 mil empregos diretos. Saltamos de 15 milhões de visitantes para 29 milhões entre 2003 e 2008. Toda essa grandeza de valores justifica a criação de um órgão que gerencie a preservação, a pesquisa e a economia dos museus.

UM NOVO COMANDO PARA O SETOR MUSEOLÓGICO

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS - O Ibram substitui o Departamento de Museus, desvinculando-se do Iphan. O instituto tem como objetivo formular uma política cultural para todos os museus brasileiros, não só os federais, melhorar os serviços do setor, aumentar a visitação e arrecadação dos museus, fomentar políticas de aquisição e preservação dos acervos e criar ações integradas entre os museus brasileiros.

ESTATUTO DE MUSEUS - Prevê normas para orientar a gestão dos museus brasileiros, como a obrigatoriedade de um plano museológico e de um programa de segurança, periodicamente testado, além da formulação de uma política de aquisição.

CARGOS - 425 por concurso público e 110 cargos de confiança.

RECURSOS - Serão necessários R$ 22,2 milhões para a implantação do Ibram, provenientes do Ministério do Planejamento. O Departamento de Museus teve R$ 45 milhões de orçamento direto em 2008 (além dos financiamentos obtidos via Lei Rouanet), valor que se pretende que seja aumentado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento dos Museus, em análise na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.