terça-feira, 13 de julho de 2010

15 ANOS DE BREGA!

Queridos leitores,
o melhor do brega é que nele nao existem preconceitos. Todas as influências são bem recebidas, e reelaboradas, dando origem a novos produtos culturais. Que me lembre, nunca fui a um show de brega, depois o respeitei, e passei a gostar da multiculturalidade presente nele. O brega foi parido em Recife, e não foi por acaso. Agora ele faz parte da nossa cultura, como todos os outros ritmos.

RITMO QUENTE MISTURA DO CALYPSO SWING DO AMOR SWING DO PARÁ CALYPSO VICIO LOUCO BANDA LUMINAR REMELEXO DO PARÁ DJ GATO DJ TOPÓ TAYRONE CIGANO KELVIS DURAN BANDA DA LOIRINHA BANDA KITARA MC LEOZINHO DO RECIFE SÓ BREGA CONDE DO BREGA BANDA METADE MICHELE MELLO BANDA CARÍCIAS BREGA.COM NEGA DO BABADO OVELHA NEGRA FRUTOS DO AMOR MELÔ DO ABACAXI SEGMENTOS DA PAIXÃO COMPANHIA DO CALYPSO DJ REMIX SOM

Dez anos de brega no Recife!
Essa foi importante. Descobrimos o dia do primeiro show de brega no Recife!

Quem ligar a TV ao meio-dia, horário da programação local do Recife, não vai ter dúvidas. O brega está em todo o lugar. Os mais puristas podem até não aceitar, mas o ritmo já é a marca da música popular da cidade. Uma cultura que se espalhou com tanta rapidez que pouca gente consegue traçar quando foi que tudo começou. A reportagem da Folha de Pernambuco descobriu. No dia 11 de março, o brega completou dez anos de vida.

Foi no bar Fina Flor de Peixinhos, com data estratégica para atrair quem tinha acabado de receber o salário. No palco, a primeira festa “Noite do Brega” abria com um DJ que tocava sucessos da época, preparando para a principal atração da noite, a banda Labaredas. No público, o sucesso já anunciado, quatro mil pagantes, fora convidados. “Na época, não tinha nenhuma banda por aqui que fizesse o que fazíamos. Ninguém queria assumir o rótulo de brega. Por isso tocamos sozinhos até às 5h da manhã”, lembra Mitó, vocalista do grupo.

Esses dois elementos principais já tinham seu espaço certo na cidade. O Fina Flor organizava a festa “show em dose dupla”, com duas bandas por noite. O Labaredas estava na estrada desde 83, tocando em cabarés e bares da cidade. “No ano seguinte, fizemos uma festa para gravar o primeiro disco do Labaredas no clube Bela Vista e às 18h tivemos que fechar as portas, porque não cabia mais gente no lugar”, comenta Eurico, que ajuda na produção até hoje.

E o público não parou de crescer. Os festivais de brega chegaram a reunir 70 mil pessoas, com shows de Reginaldo Rossi e convidados. Nesse mesmo dia, representantes da Sony levaram os artistas locais, incluindo o Labaredas, para o patamar das grandes gravadoras.

VINCULADA – O Swing que veio do Pará

Não muito longe do Recife, em Belém do Pará, o brega já tinha uma história antiga e bem mais controversa. “Os bregas eram os nomes que davam aos cabarés de mais baixo nível por lá”, explica Joelma, vocalista da banda Calypso, que reforça ainda que “por isso, ninguém que fazia música jamais quis alguma associação com esse nome”. Na cidade, um outro ritmo tão romântico quanto o do Labaredas, porém mais dançante, ganhava o gosto do público nas casas de show.

Em 2000, a banda Calypso trazia para o Recife esse ritmo estampado no nome do grupo. “Nossa inspiração maior era a música do sul do Caribe, que ficou popular na voz do cantor americano Roy Orbison”, comenta Joelma. Se a associação com o brega fechava portas no Pará, por aqui fez com que a banda tivesse público certo e casa lotada já no primeiro show.

O diferencial do Calypso foi a força que a banda teve em romper barreiras sociais no Recife. Eles repetiram o sucesso de público que tinham na Exposição de Animais quando tocaram para uma platéia de classe média alta no Classic Hall.A banda abriu espaço para toda a cena de Belém do Pará embarcar no Recife, fazendo uma mistura de ritmos que deu origem a atual cena.

VINCULADA - Controvérsias do novo brega do Recife

Curiosamente, as bandas que começaram o Brega no Recife não querem mais ser associadas ao ritmo. Os motivos variam tanto, que fica difícil identificar porque existe toda essa controvérsia. Em geral, o discurso é divido em duas vertentes. Uma, das bandas do Pará, que preferem dizer que tocam uma evolução do Calypso, com novas influências de outro ritmo caribenho, o Zouk. O segundo, defende uma visão mais radical, que até se admite brega, desde que as novas bandas sejam classificadas em outro ritmo.

Uma das bandas que mais atrai público hoje na cidade, o Swing do Pará, prefere deixar a polêmica de lado. “Não nos preocupamos em sermos chamados de brega”, comenta a vocalista Scheila, que reuniu um público de 10 mil pessoas no show de aniversário, banda pode ser considerada hoje o carro chefe da nova cena brega no Recife, que está sendo chamada de tecno brega. Mesmo assim, Scheila explica que o que é tocado aqui ainda está longe do tecno brega do Pará, “o ritmo é muito mais rápido, as danças já estão bem diferentes. Mesmo assim, Recife já é a segunda capital do Brega no país”.

O brega nasceu e sobrevive dessa constante mistura de ritmos, sempre se reinventando e enfrentando a polêmica de ser aceito. A postura que o Swing do Pará adota hoje foi a mesma que o Labaredas fez quando ninguém na cidade queria assumir o novo ritmo. Com isso, o brega completa 10 anos de idade ainda com cara de novidade, com força para render muitas outras dezenas de anos.

Publicadas originalmente no dia 23 de março de 2005
texto extraido do seguinte endereço eletrônico:
http://www.popup.mus.br/2006/02/04/dez-anos-de-brega-no-recife/comment-page-1/#comment-89056

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